Jonathan Pinheiro, consultor em gerenciamento de riscos da StoneX, cita a guerra entre Ucrânia e Rússia como um dos fatores
Nesta semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou uma projeção animadora para os produtores de trigo no Brasil: expectativa da maior safra do cereal em mais de três décadas. Estimativa essa que é referendada por Jonathan Pinheiro, consultor em gerenciamento de riscos da StoneX. “Os compradores começaram a ver o nosso produto com bons olhos”, afirma.
A produção brasileira está estimada em 9 milhões de toneladas, o que representará aumento de 17,6% em comparação com a safra passada. Diante disso, como ficam os preços no mercado interno e internacional do trigo? “Os preços vieram para cima”, responde o especialista, que foi entrevistado na edição desta sexta-feira (8) pelo telejornal ‘Mercado & Companhia’, do Canal Rural.
Trigo: safra passada já foi boa
“A safra 21-22 já veio com grande estímulo de preços. Vínhamos com impacto da covid, afetando o mercado das commodities, com vários países restringindo as importações, com incerteza e manutenção de estoques”, observa o especialista. “Tivemos uma menor disponibilidade de trigo no mundo, com os preços indo para cima, o que trouxe estímulo para os produtores brasileiros”, avalia Pinheiro.
“Vimos Ucrânia e Rússia saindo do mercado quase que de forma imediata” — Jonathan Pinheiro
Para o consultor de gerenciamento de risco, a atuação estimativa da Conab reflete o que tem ocorrido fora do país, sobretudo no conflito entre dois dos maiores produtores do cereal no planeta. “Temos um cenário de “quebra”, com recuo na produção de Canadá e Estados Unidos e a guerra entre Ucrânia e Rússia, onde se tem dois dos quatro maiores produtores de trigo do mundo em conflito, reduzindo a oferta”, diz. “Vimos Ucrânia e Rússia saindo do mercado quase que de forma imediata”, conclui Jonathan Pinheiro.