Segundo o diretor comercial da Coamo, menor produção do país vizinho e dificuldades no escoamento podem beneficiar o Brasil
Apesar da redução na produção de soja na safra 21/22 por conta do clima e a diminuição da mistura do biodiesel, as indústrias devem manter o volume de esmagamento do grão. De acordo com projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em 2022 o Brasil vai esmagar 48 milhões de toneladas da oleaginosa.
Em entrevista ao jornal Mercado e Cia, o diretor comercial da Cooperativa Coamo, Rogério Mello, falou sobre o aumento do óleo de soja nesta receita. “O óleo de soja está muito atrelado ao petróleo devido ao biodiesel, assim como o óleo de palma, então quando o petróleo estava na casa de US$ 50 a US$ 60 o barril, o óleo de soja correspondia de 30% a 33% da receita de esmagamento e, agora, houve aumento e está em 43%”, destaca.
Segundo ele, o óleo de palma pode, sim, ser um competidor e aumentar a produção. “No entanto, quanto ao petróleo, já é uma situação mais difícil, pois há pouco investimento nesse em petróleo, já que as empresas estão se preparando para o combustível verde”.
Atualmente, a Argentina é o maior produtor e exportador mundial de óleo e farelo de soja. Desta forma, a quebra na safra de soja do país vizinho pode ser uma oportunidade para o Brasil crescer nas exportações dos subprodutos.
“A Argentina sofreu com o La Niña tanto na produção como na logística. Eles tinham um potencial de produzir de 55 a 56 milhões de toneladas de soja e agora é estimado algo em torno de 42 [milhões de toneladas], ou próximo disso, e também tem o Rio Paraná em baixo calado, dificultando completar os navios que saem com parte da carga, encarecendo o frete. É um problema para eles e uma oportunidade para o Brasil, que é um competidor”, finaliza.