Terminais do estado receberam quase 27% de todo o volume de adubo importado pelo Brasil de janeiro a novembro de 2021
De janeiro a novembro de 2021, das 53 milhões de toneladas movimentadas pelos portos de Paranaguá e Antonina, 10,5 milhões (19,8%) foram de fertilizantes descarregados. A importação dos adubos pelos portos do Paraná está em alta. O volume é 14% maior que as 9,17 milhões de toneladas registradas nos mesmos 11 meses de 2020.
Em novembro deste ano, cerca de 1 milhão de toneladas de fertilizantes chegaram ao Brasil pelos portos paranaenses. No mesmo mês de 2020, foram 877.159 toneladas dos produtos recebidos. O aumento, nessa comparação, chega a 16%.
“Os portos do Paraná, os primeiros do Brasil em importação de fertilizantes, receberam quase 27% de todo o volume de adubo importado de janeiro a novembro de 2021, que foi pouco mais de 38 milhões de toneladas”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Entre os principais fertilizantes importados pelos portos de Paranaguá e Antonina, estão o cloreto de potássio, a ureia, MAP (fosfato monoamônico), produtos do complexo NPK, além de outros. Os adubos chegam, principalmente, da China, Rússia, Canadá, Bielorússia, Marrocos e Estados Unidos.
Produtor eleva compra de fertilizantes
A conjuntura internacional explica a alta no volume de importação dos produtos. “O dólar em alta torna nossas commodities agrícolas bastante atrativas para quem produz e vende. Capitalizado, o produtor compra mais fertilizantes, a exemplo de outros insumos”, afirma o gerente-executivo do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), Décio Luiz Gomes.
Apesar do receio diante do cenário mundial, com questões políticas, energéticas, meteorológicas e de saúde pública, por conta da Covid-19, a compra dos fertilizantes no período faz parte, segundo ele, do ciclo agrícola brasileiro. “Os fertilizantes comprados até março/abril ainda atendiam a aplicação na lavoura deste ano, no plantio da soja. Já as compras de adubos nos meses mais recentes, de abril em diante, são para preparação dos produtores para as próximas safras, de 2022 em diante”, diz Gomes.
“Alguns fatores desfavoráveis no exterior influenciaram. O alto custo do gás natural, matéria-prima dos fertilizantes nitrogenados, a crise política na Bielorússia, o direcionamento da produção da Rússia para o mercado interno e a redução da produção das fábricas na China. Tudo isso fez com que diminuísse a oferta e o preço subisse. Mas, com os preços internacionais da soja muito bons, o agricultor brasileiro sabe que o mercado mundial vai absorver o produto, antecipa a compra de fertilizantes e faz estoques para não faltar insumos pra safra 2022”, afirmou o gerente do Sindiadubos.
Expectativas
“O cenário para o ano que vem é promissor. A produção de fertilizantes já está sendo regulada. A ministra Tereza Cristina esteve em novembro na Rússia para retomar as importações de fertilizantes. Se não houver nenhum solavanco internacional, o mercado de fertilizantes deverá ser regularizado em 2022 e 2023”, avalia Gomes.