Mudança faz parte das decisões adotadas pelo novo governo federal, que recriou as pastas do Desenvolvimento Agrário e da Pesca
Vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação (SDI) ganhou mais atribuições desde o início do ano. Com decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o órgão passou a cuidar, também, de ações como o cooperativismo.
Projetos relacionados a temas como sustentabilidade, inovação e bioeconomia agrícola também passam a ser de responsabilidade da SDI, que será conduzida pela engenheira de alimentos Renata Bueno Miranda. Ela, que vai ser a primeira mulher da história a comandar a secretaria, foi formalmente nomeada para o posto na última semana.
“Responsabilidade de modernizar e harmonizar o nosso sistema de produção” — Renata Bueno Miranda
“A SDI é focada na sustentabilidade, na inovação, competitividade, na agregação de valor às cadeias produtivas, mas com o foco no território com suas peculiaridades e autonomia”, diz Renata. “Esta secretaria guarda a responsabilidade de modernizar e harmonizar o nosso sistema de produção, em relação à qualidade de vida da população brasileira e do mundo”, comenta a secretaria.
Divisão da secretaria (que passa a ter foco no cooperativismo)
Conforme destacado no decreto do começo do ano, a SDI passa a ser organizada em seis departamentos:
- Apoio à Inovação para a Agropecuária;
- Desenvolvimento das Cadeias Produtivas e Indicações Geográficas;
- Produção Sustentável e Irrigação;
- Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas;
- Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac);
- Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Em se tratando do cooperativismo, que não aparece na nomenclatura de nenhum departamento, o foco da SDI estará, segundo a equipe de comunicação do órgão, na agregação de valor aos produtos dos pequenos, médios e grandes produtores.
Além disso, a secretaria avisa que, no sentido de cooperativismo, há a preocupação da área em valorizar os produtos das cooperativas brasileiras de forma tangível, aumentando a agregação de valor na cadeia de valor.
“Todos de mãos dadas em prol do produtor” — Renata Bueno Miranda
Ou seja, além do produto ser primário (milho em grão, por exemplo), será também secundário e terciário (derivados). De acordo com Renata Bueno Miranda, o trabalho voltado ao cooperativismo se dará em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
“O Ministério da Agricultura, junto com o MDA, vai trabalhar o cooperativismo e o associativismo para agregar valor ao produto. Todos de mãos dadas em prol do produtor”, afirma a secretária. Além do mencionado MDA, o novo governo federal recriou o Ministério da Pesca a partir de desmembramento do Mapa.
Outras competências da secretaria
Fora ações em favor do fortalecimento do cooperativismo na agropecuária brasileira, a equipe da nova SDI destaca que a secretaria terá, por exemplo, outras dez atribuições no dia a dia:
- Inovações agregadoras de valor aos produtos e processos agrícolas, pecuários e de florestas plantadas;
- Desenvolvimento da cacauicultura e de sistemas agroflorestais associados;
- Práticas de manejo sustentável e de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas;
- Produção integrada e sustentável;
- Boas práticas agropecuárias;
- Recuperação de áreas degradadas e recomposição florestal;
- Manejo e conservação de solo e água;
- Irrigação eficiente como ferramenta de desenvolvimento rural;
- Gestão e uso de base de dados da agropecuária e dos fatores que a influenciam, inclusive meteorologia e climatologia; e
- Pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico em agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais, florestas plantadas e agroindústria.