Os Produtores Rurais que sofreram com as quebras e prejuízos da safra têm o direito de solicitar a Prorrogação de Dívidas oriundas do Crédito Rural
As perdas já contabilizadas nas safras de soja, milho e feijão no Sul do país e no sul do Mato Grosso do Sul, por conta da severa estiagem preocupam os produtores rurais da região, os quais já buscam soluções junto as entidades agropecuárias neste começo de 2022.
Na quarta-feira (dia 5), representantes da FAEP, Ocepar, Fetaep, Embrapa, Conab, Secretaria Estadual de Agricultura (Seab), Banco Central, Ministério da Economia e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estiveram reunidos, de forma virtual, para avaliar os impactos e traçar medidas que possam auxiliar os produtores rurais. A pauta principal foi o apoio para a renegociação de dívidas e agilidade no pagamento do seguro agrícola para os produtores rurais.
Os produtores rurais que tiveram perdas na safra 2021/2022 podem pedir a renegociação das dívidas dos financiamentos de custeio junto as instituições financeiras. Esse instrumento está previsto no chamado Manual do Crédito Rural (MCR) e pode ser utilizado para renegociar débitos em situações de emergência, como quando ocorrem prejuízos por consequência de intempéries. Nesta temporada especificamente, os agricultores que tiveram quebras causadas pela estiagem no Sul do país e no Mato Grosso do Sul.
Segundo último relatório da Seab, publicado no dia 5, a estimativa é de perda de 37% na cultura da soja na safra 2021/22, reduzindo a projeção inicial de 21 milhões de toneladas para 13 milhões de toneladas. Assim, o prejuízo financeiro deve ser na ordem de R$ 21,5 bilhões.
No milho verão, a previsão parcial de quebra é de 34%, baixando das 4,2 milhões de toneladas para 2,7 milhões de toneladas. Assim, provavelmente os produtores deixem de receber R$ 2 bilhões.
Entre as culturas mais importantes deste período, no feijão de primeira safra, que tem 100% da área plantada e 38% já colhida, a estimativa de colheita é de 107,6 mil toneladas, contra 275.795 toneladas projetadas inicialmente. Em valores, a perda deve superar R$ 429,2 milhões.